Governo do Estado do Espírito Santo
14/10/2011 14h23 - Atualizado em 05/10/2016 17h13

Retorno de pinguins à Patagônia tem início neste sábado

Neste sábado (15), 13 pinguins-de-magalhães encontrados em praias capixabas durante os últimos meses serão soltos em mar aberto no litoral de Anchieta. A expectativa é que as aves dêem início a uma longa jornada de volta à Patagônia, seu habitat de origem.

As embarcações irão sair do Cais de Iriri por volta das 7 horas. Porém, caso haja impedimentos à navegação por conta das condições do mar, o processo de soltura pode ser adiado para domingo ou até que a situação seja normalizada.
O objetivo é que os pingüins aproveitem as correntes marítimas, o que irá facilitar a viagem rumo à Argentina.

Todos foram marcados com anilhas de metal e poderão ser identificados durante o percurso por pesquisadores que, eventualmente, os encontrarem.
A ação conta com apoio do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama), que também contribuíram dando suporte para um melhor atendimento aos pingüins enquanto estavam no Estado.

A mobilização em prol da conservação dessas aves é uma iniciativa do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), em conjunto com a Voz da Natureza; o Instituto Jacarenema de Proteção Ambiental (INJAPA); e a Windive.

Reabilitação

Os primeiros pinguins foram identificados nas praias capixabas em junho de 2011. Em anos anteriores, a chegada deles era esperada em meados de julho. Da Patagônia ao Espírito Santo, eles percorreram mais de 3,5 mil quilômetros e muitos chegaram cansados, fracos e com ferimentos.

Os animais encontrados foram alojados em um terreno cedido por uma empresa privada, localizado próximo ao Farol de Santa Luzia, em Vila Velha. Neste período, consumiram aproximadamente um quilo de peixe por dia, além de medicamentos como antibióticos e fungicidas.

A coordenadora do Grupo de Fauna do Iema, Tainan Bezerra, explica que o processo de soltura é feito em grupo. Por isso, dois dos 13 pinguins tiveram que esperar quase um ano pelo regresso à Patagônia. “Na época da soltura de 2010 eles ainda não tinham se recuperado, estavam doentes, por isso, tiveram que aguardar até essa temporada. Eles resistiram bravamante desde o ano de passado esperando a oportunidade de serem soltos junto aos demais”, disse.

Pinguim de Magalhães

Os pinguins-de-magalhões (spheniscus magellanicus) possuem colônias na Patagônia, Argentina, e se alimentam de peixes como anchova e a sardinha. Quando atingem a juventude, sobem a costa do Atlântico em direção ao Norte, seguindo as correntes marinhas em busca de alimento.

Entre os fatores que estão sendo estudados por especialistas para explicar o aparecimento dos pinguins na costa capixaba está o fenômeno La Niña, que influência as correntes, e a pesca predatória, que diminui a oferta de peixes.

Informações à Imprensa:
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Texto: Amanda Amaral
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