Um dos pinguins-de-magalhães reabilitados no Espírito Santo, solto em alto mar no litoral capixaba pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram) e pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) no dia 04 de outubro de 2012, foi encontrado no dia 17 de novembro do mesmo ano na Praia de La Coronilla, no Uruguai.
O animal não sobreviveu à viagem de volta à Patagônia e a anilha que o identificava foi enviada ao Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Fundação Universidade do Rio Grande – CRAM-FURG, onde foi constatada sua origem.
Apesar da ave não ter resistido à viagem de volta à Patagônia, a notícia foi recebida com entusiasmo pelos profissionais que atuam no Centro de Reabilitação de Pinguins do Espírito Santo e pelo pesquisador do CRAM-FURG que recebeu a anilha, pois foi a primeira vez que se obteve uma resposta sobre as solturas realizadas no Espírito Santo.
“É um indicativo de que nosso trabalho está dando certo, que os animais estão sendo bem sucedidos em seu retorno ao Sul do Oceano Atlântico. Foi como encontrar uma agulha em um palheiro e nos prova que vale a pena realizar a reabilitação e a soltura no Espírito Santo”, afirma o veterinário do Ipram, Luis Felipe Mayorga.
Especialistas não esperavam receber retorno em tão pouco tempo a respeito dos pinguins soltos no Espírito Santo. Ao todo, 180 animais já foram colocados em liberdade no litoral capixaba – 23 em 2011 e 157 em 2012. A expectativa de biólogos e veterinários envolvidos no processo de reabilitação desses animais era que as notícias chegassem dentro de um tempo mínimo de cinco anos.
O pinguim encontrado no Uruguai foi solto com um grupo de outras 68 aves. No mar, possivelmente enfrentou manchas de óleo, redes de pesca, predadores naturais, escassez de peixes, tempestades e lixo lançado pelo ser humano. Por alguma razão desconhecida, morreu no Uruguai e foi encontrado na praia, gerando informações que beneficiarão muitos outros pinguins no futuro.