Nesta sexta-feira (11), por volta das 4 horas, dez pinguins-de-magalhães partem de Vila Velha para o balneário de Iriri, em Anchieta, onde serão soltos em alto mar. As aves foram encontradas nos últimos meses em praias do Estado e passaram por um período de reabilitação. Esta será a segunda vez que estes animais serão devolvidos ao mar na costa do Espírito Santo.
O objetivo é que eles sigam a corrente marinha rumo ao seu habitat natural, a Patagônia. A primeira operação deste tipo realizada no Estado ocorreu em outubro de 2011. Ambas as ações são fruto da parceria entre o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), em conjunto com a Voz da Natureza; o Instituto Jacarenema de Proteção Ambiental (INJAPA); e a Windive.
A experiência inédita serviu para que os profissionais aprimorassem o método de soltura. Até o momento de caírem no mar, as aves irão ingerir aproximadamente 40 peixes para garantirem reserva de energia. Todos os pinguins estão marcados com anilhas de metal e poderão ser identificados por pesquisadores que, eventualmente, os encontrarem. O mesmo procedimento foi adotado em outubro.
Em 2011, a reabilitação das aves encontradas no Espírito Santo foi realizada em um alojamento próximo ao Farol de Santa Luzia, em Vila Velha. O terreno foi cedido por uma empresa privada. Além do Iema, o Ibama também contribuiu dando suporte para um melhor atendimento aos pinguins enquanto estiveram no Espírito Santo.
Pinguins-de-magalhães
Os pinguins-de-magalhões (Spheniscus magellanicus) possuem colônias na Patagônia, Argentina, e se alimentam de peixes como anchova e a sardinha. Quando atingem a juventude, sobem a costa do Atlântico em direção ao Norte, seguindo as correntes marinhas em busca de alimento.
Desde 2006, os pinguins têm chegado ao litoral do Espírito Santo em quantidade considerável. Em 2010, foi criada uma parceria entre o Iema, Ibama e ONGs para a reabilitação daqueles que encalham em praias capixabas.
A partir desta articulação foi possível elaborar uma estratégia para que a soltura ocorresse na costa do Espírito Santo, o que antes ocorria em São Paulo ou Rio Grande do Sul. Partindo do litoral capixaba, os custos deste processo são menores e ameniza o estresse sofrido pelos animais, que fragiliza a imunidade das aves, diminuindo as chances de sobrevivência.
Da Patagônia à costa capixaba, eles percorrem mais de 3,5 mil quilômetros. Muitos chegam cansados, fracos e com ferimentos. A chegada deles às praias capixabas é esperada em meados de julho, porém, em 2011, os primeiros foram identificados no mês de junho.
Entre os fatores que estão sendo estudados por especialistas para explicar o aparecimento dos pinguins na costa capixaba está o fenômeno La Niña, que influência as correntes, e a pesca predatória, que diminui a oferta de peixes.
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Texto: Amanda Amaral
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