Governo do Estado do Espírito Santo
04/02/2009 13h17 - Atualizado em 05/10/2016 16h53

Governo lança projetos de recuperação de florestas

O Espírito Santo dá um importante passo para aumentar a cobertura florestal capixaba, tanto para fins de recuperação e conservação, quanto para exploração sustentável dos recursos naturais, e ainda alcançar a meta estabelecida no Plano de Desenvolvimento 2025.

O Governo do Estado, por meio das secretarias de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), e o Banestes, em parceria com a Vale, lançou, na manhã desta quarta-feira (04), os programas "Florestas-Piloto" e "Extensão Ambiental".

A solenidade aconteceu no Palácio Anchieta, no Salão São Thiago, em Vitória, e contou com a presença do governador Paulo Hartung, do diretor presidente da Vale, Roger Agnelli e dos secretários César Colnago e Maria da Glória Brito Abaurre, além de representantes do setores agrícolas e ambientais.

Florestas-Piloto
O "Florestas-Piloto" prevê a constituição de 10 unidades demonstrativas para a formação e manejo de florestas plantadas nas diversas regiões naturais do Estado, que servirão de referência tecnológica para orientar produtores rurais e profissionais da agricultura para a expansão e diversificação da base florestal do Estado.



O objetivo é servir de referência tecnológica para os produtores rurais que se dedicam à silvicultura, propiciando a eles indicações sobre as espécies/procedências de essências florestais adequadas para a sua região e caracterizar as práticas de manejo que deverão ser adotadas nos seus povoamentos florestais considerando-se, inclusive, os diferentes ciclos de produção para exploração econômica. O orçamento global estimado é de R$ 825 mil, por área, nos cinco anos.

Para o secretário de Estado da Agricultura, César Colnago, o lançamento dos programas é um marco para o Espírito Santo. "A preocupação com a sustentabilidade é fundamental, não se pode separar o ambiental do social e do econômico. Faremos uma agricultura diferente, com visão empreendedora, voltada para o cuidado ambiental. Além do compromisso que temos em levar a infraestrutura para o homem do campo, teremos esse esforço de sensibilizar os produtores a serem parceiros nesses programas. Apostamos que o agricultor vai produzir não só alimentos, mas água e florestas, já que aqui no Estado meio ambiente e agricultura andam juntos", afirmou.

Em seu pronunciamento, o presidente da Vale, Roger Agnelli, destacou a importância dos projetos para a sustentabilidade da produção agrícola e o equilíbrio ecológico e parabenizou o Governo do Estado do Espírito Santo pela iniciativa. "Tem muita gente que fala de Meio Ambiente, mas não faz nada. Fazer alguma coisa pelo meio ambiente é uma coisa de longo prazo que envolve questões culturais. O ES está fazendo e a gente tem que apoiar".

O governador Paulo Hartung comemorou a parceria firmada com a Vale e ressaltou que o Governo do Estado está dando mais um passo no fortalecimento da área ambiental no Espírito Santo. "Lançamos hoje mais dois projetos importantes no campo da preservação e recuperação ambiental, trabalhando no sentido de ampliar a cobertura florestal em nosso Estado. Nossa meta é passar de 10% para 16% do nosso território com cobertura florestal até 2025", frisou.

Hartung destacou a importância de projetos como o Fundágua e o Florestas para a Vida e a iniciativa do Governo de promover o pagamento por serviços ambientais prestados por proprietários rurais. Segundo o governador, outro foco importante da atuação do Governo é a administração dos recursos hídricos.

"Estamos desenvolvendo um conjunto de ações para que possamos alcançar uma boa administração dos recursos hídricos em nosso estado, recuperar as nascentes, recuperar a cobertura da vegetação nas margens dos rios. Esse trabalho requer o envolvimento de toda a sociedade. Por isso, estou muito feliz com essa parceria que firmamos hoje. O trabalho feito pela Vale em sua reserva florestal de Linhares é o melhor do Brasil. Seremos um exemplo para o país, pois estamos fazendo da bandeira da sustentabilidade não discurso, mas uma ação permanente de governo e de sociedade", finalizou.

Estratégico



O programa será um instrumento importante para a execução das estratégias previstas no Novo Pedeag (Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura) para o setor de silvicultura em que se propõe, como diretriz básica, "expandir a silvicultura econômica em terras capixabas, integrando-a à lógica da recuperação, conservação e uso dos recursos naturais".

Também apresenta modelos alternativos de recomposição das áreas de Reserva Legal utilizando-se diferentes espécies, obedecidas as recomendações do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).

O critério básico para a escolha das áreas onde se localizarão as "florestas-piloto" será a representatividade das mesmas em cada região natural em que estarão inseridas, de acordo com a caracterização contida na publicação "Natural Resources Information Systems for Rural Development", publicado pelo Incaper (2001). Serão consideradas, preferencialmente, sub-regiões de menor cobertura de vegetação natural e onde as ações de recuperação são pouco expressivas.

Na ocasião, também foi assinado o Termo de Adesão do Cefetes e das escolas Agrotécnicas Federais ao "Florestas-Piloto". O Termo visa localizar três unidades demonstrativas de formação e manejo de florestas plantadas nas áreas das Escolas Agrotécnicas Federais de Alegre, Santa Teresa e Colatina.

Extensão Ambiental



Já o "Extensão Ambiental" prevê a restauração de áreas de mata ciliar e entorno de nascentes, a partir do fornecimento de mudas de diferentes espécies nativas, assistência técnica aos proprietários rurais interessados na recuperação de suas áreas e de formicida para controle de formigas cortadeiras, também conhecidas como saúvas e quenquéns.

De acordo com a secretária Maria da Glória, o programa vai facilitar o acesso às mudas e orientar sobre como fazer o plantio de forma eficiente. "Os atores mais importantes deste processo são os produtores rurais e suas organizações, por isso há todo um esforço da Seama e da Seag para estimular entre eles a adequação ambiental e a adoção de práticas agrícolas sustentáveis", destaca.

"O Espírito Santo ganhou uma ferramenta ágil para as ações de reflorestamento do território capixaba. E é bom lembrar que não se trata de um projeto isolado. A soma dos programas Florestas para a Vida e Produtores Água, vinculados ao Pagamento de Serviços Ambientais (PSA), o Corredores Ecológicos, o Extensão Ambiental e o Adequação Ambiental de Propriedades Agrícolas, é que nos dará base para sair de 10% para 16% de área com cobertura florestal nativa no Estado", explicou.

O Banestes foi representado pelo diretor Jurídico e Administrativo e diretor-presidente em exercício, Paulo Roberto Mendonça França. O Banco ficará responsável pela implantação e manutenção da unidade a ser estabelecida na região de terras quentes, acidentadas e secas do Vale do Rio Doce/Bacia do Rio Santa Maria do Rio Doce, localizada na área da Escola Agrotécnica Federal de Santa Teresa.

Outra incumbência da instituição será recomendar, nas suas linhas de financiamento agropecuário, a inclusão de investimentos para adequação ambiental de propriedades agrícolas, desde que compatível com a capacidade de pagamento do financiado e conforme projeto a ser elaborado pelo Incaper ou outra instituição tecnicamente credenciada.

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