Governo do Estado do Espírito Santo
09/10/2009 11h26 - Atualizado em 05/10/2016 17h03

Espírito Santo inicia força tarefa para garantir água no Estado

O Governo do Estado iniciou, nesta sexta-feira (09), uma força tarefa junto a mais de 100 proprietários rurais, Prefeitura Municipal de Jaguaré e a mineradora Vale para salvar o futuro da água na região. Três municípios do Espírito Santo são ponto de partida para o projeto ‘Extensão Ambiental’ e, ainda em 2009, farão o plantio de 300 mil mudas nativas da Mata Atlântica em áreas estratégicas para proteção dos recursos hídricos.

A solenidade de entrega dos primeiros projetos de recuperação aos proprietários aconteceu nesta sexta (09), no auditório da Escola Marciano Altoé, bairro Boa Vista, em Jaguaré. As áreas inicialmente beneficiadas estão em São Mateus, Brejetuba e, em especial, em Jaguaré, onde serão plantadas 216 mil mudas, o suficiente para recuperar cerca de dois mil quilômetros quadrados, o equivalente a 188 campos de futebol.

Estiveram presentes no evento o secretario de Estado da Agricultura, Ricardo Santos, o presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo (Bandes), Guerino Balestrassi, o gerente de Recursos Naturais do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Marcos Sossai, o prefeito de Jaguaré, Evilásio Altoé, o engenheiro florestal da Vale, Emerson Espíndula, além de secretários da administração local e dos trabalhadores rurais.

Representando o governador do Estado, o presidente do Bandes, Guerino Balestrassi falou sobre as políticas estaduais de sustentabilidade. “O nosso Estado possui uma cultura de plantio diversificada e precisamos nos preocupar em sermos ambientalmente sustentáveis. É o que prevê o Plano 2025, que estabelece metas futuras e é o que o Governo do Estado pretende fazer, construir degraus para alcançá-las”, disse.


A importância do evento foi destacada pelo secretario de Estado da Agricultura, que ressaltou que medidas de preservação ambiental devem ser os alicerces da economia agrícola. “Incorporar no plano agrícola a ideia de que é possível produzir conservando, ou conservar produzindo, como a Costa Rica tem mostrado, é um grande passo. Queremos que o exemplo dado pelos produtores de Jaguaré seja seguido por outros municípios”, declarou Ricardo Santos.

“Lançamos um desafio ao município de Jaguaré para que participasse como piloto do ‘Extensão Ambiental’. É importante repor o que foi suprido. Vivemos hoje com a escassez de água por conta da degradação. Este projeto é um trabalho que conta com manutenção e acompanhamento destas áreas e que se estende a todo o Estado”, destacou o gerente de Recursos Naturais do Iema, Marcos Sossai.

O prefeito de Jaguaré, Evilásio Altoé, ressaltou a importância do “Extensão Ambiental” para os produtores rurais da região.”Dependemos de uma cultura agrícola e a parceria com o Estado, para o desenvolvimento deste projeto junto aos agricultores, é de suma importância para que possamos atingir nossas metas ambientais e o município possa se tornar sustentável cuidando de suas áreas de preservação”, afirmou

Na propriedade de 67 hectares de Jair Ferreira Ataíde, 46 anos, a área de nascente, ocupada por pastagem e eucalipto, está sumindo e a família quer mudar esta história, a começar pelo plantio de 1.332 mudas que serão doadas pelo ‘Extensão Ambiental’. “Há 20 anos, lembro que a represa era cercada por árvores, hoje só tem capim e eucalipto. Por isso, a água está diminuindo. A gente tem que reconstruir para poder deixar aos filhos e netos uma terra produtiva, e se não fizermos rápido, não vai sobrar nada para o futuro deles”, diz seu Jair.

O diretor comercial da Cooperativa de Produtores Rurais (COOPRUJ), Fábio Fiorot, também receberá a ajuda do projeto. Ele tem convivido com um campo cada vez mais seco e o pisoteio do gado tem deixado o solo praticamente impermeável, mas sua propriedade, localizada em Água Limpa, receberá assistência técnica e 1.519 mudas nativas no entorno de suas duas principais nascentes. “Até tentei cercar as nascentes, mas não estava adiantando. Agora, renovei a esperança de recuperar a terra”.

De acordo com o técnico ambiental da Prefeitura local, Renaldo Gaigher, com períodos cada vez mais longos de estiagem e grandes áreas desmatadas, Jaguaré tem sentido a forte ameaça da desertificação. “O projeto do Estado é a oportunidade de começar a melhorar este cenário. Aqui a cultura é totalmente agrícola e de alta produção de café. Sem água, veremos a falência do agronegócio e consequentemente do município”, declara.


“São as árvores que ajudam o meio ambiente a manter a quantidade e qualidade da água. No Extensão Ambiental, as mudas ainda serão de espécies de raízes profundas, que contribuem ainda mais para a absorção da água, além de terem sido escolhidas espécies raras da Mata Atlântica, algumas ameaçadas de extinção, como o Jacarandá da Bahia e o Jequitibá Rosa”, explica ainda a coordenadora de Recuperação de Ecossistemas do Iema, Maria Otávia Crepaldi, que ressalta que o projeto está aberto a todo o Espírito Santo, sendo que são consideradas áreas prioritárias as regiões de nascentes, rios e lagos.

O Extensão Ambiental

O ‘Extensão Ambiental‘ é um projeto estadual coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) e Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), com a parceria da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), por meio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), e a cooperação técnica da mineradora Vale.

O objetivo é a restauração de áreas de mata ciliar e entorno de nascentes, a partir do fornecimento de mudas de diferentes espécies nativas, assistência técnica aos proprietários rurais interessados na recuperação de suas áreas, e de formicida para controle de formigas cortadeiras, também conhecidas como saúvas e quenquéns. Para tanto, o projeto vai facilitar o acesso às mudas e orientar sobre como fazer o plantio de forma eficiente.

Os atores mais importantes deste processo são os produtores rurais e suas organizações, então, há todo um esforço do Estado para estimular entre eles a adequação ambiental e a adoção de práticas agrícolas sustentáveis. Com isso, o Espírito Santo ganha uma ferramenta ágil para as ações de reflorestamento do território capixaba.

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