Considera-se poluente qualquer substância presente no ar e que, pela sua concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando inconvenientes ao bem-estar, danos aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicando a segurança, o uso e gozo da propriedade e as atividades normais da comunidade.
O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias poluentes presentes no ar. A variedade das substâncias que podem ser encontradas na atmosfera é muito grande, o que torna difícil a tarefa de estabelecer uma classificação. Para facilitar essa classificação, os poluentes são divididos em duas categorias:
Poluentes Primários: aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão.
Poluentes Secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e componentes naturais da atmosfera.
O grupo de poluentes que serve como indicadores de qualidade do ar, adotados universalmente e que foram escolhidos em razão da frequência de ocorrência e dos efeitos adversos, são:
Material Particulado (MP)
Material Particulado (MP), que inclui Partículas Totais em Suspensão (PTS), Partículas Inaláveis (MP10), Partículas Inaláveis Finas (MP2,5) e Fumaça (FMC).
Partículas Totais em Suspensão (PTS): Podem ser definidas de maneira simplificada como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor ou igual a 50 µm.
Partículas inaláveis (MP10): Podem ser definidas de maneira simplificada como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor ou igual a 10 µm. Dependendo da distribuição de tamanho na faixa de 0 a 10 µm, podem ficar retidas na parte superior do sistema respiratório ou penetrar mais profundamente, alcançando os alvéolos pulmonares.
Partículas Inaláveis Finas (MP 2,5): Podem ser definidas de maneira simplificada como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor ou igual a 2,5 µm. Por causa do seu tamanho diminuto, penetram profundamente no sistema respiratório, podendo atingir os alvéolos pulmonares.
Características: Pode ser sólido ou líquido, de granulometria, forma e composição química variada de acordo com sua fonte de origem e os processos físicos e químicos de transformação aos quais foi submetido durante seu transporte na atmosfera.
Fontes principais: Pilhas de estocagem de material granulado, processos de pelotização e siderurgia, cimenteiras e atividades da construção civil, ressuspensão de partículas depositadas ou constituintes de vias pavimentadas e não pavimentadas, veículos automotores (escapamentos e frenagem) e fontes naturais como o mar (que emite partículas de sais), além das queimadas, por exemplo.
Efeitos gerais sobre a saúde: As partículas mais finas afetam predominantemente os sistemas respiratório e cardiovascular, com a sensibilidade associada às condições individuais de saúde e faixa etária, embora toda a população seja afetada. De acordo com a OMS, não existem evidências suficientes que indiquem um limite abaixo do qual não ocorram efeitos à saúde humana. Os efeitos à saúde podem ser causados por exposição de longo ou curto prazo ao poluente. No caso das partículas mais grossas, as reações mais comuns dizem respeito à impossibilidade de gozo pleno da propriedade e ao desconforto causado pelo incômodo da sujidade gerada pela deposição de material sobre as superfícies de uso cotidiano.
Efeitos gerais sobre o meio ambiente: Alteração da visibilidade, alteração no balanço de nutrientes de lagos, rios e do solo, danificação da vegetação e alteração na diversidade do ecossistema. Além disso, pode causar danos estéticos, como manchas e danificações de rochas e outros materiais.
Dióxido de Enxofre (SO2)
Características: Gás incolor com forte odor (semelhante ao produzido na queima de palitos de fósforo).
Fontes principais: Resulta principalmente da queima de combustíveis que contém enxofre, como óleo diesel, óleo combustível industrial e gasolina. É um dos principais formadores da chuva ácida. O dióxido de enxofre pode reagir com outras substâncias presentes no ar formando partículas de sulfato que são responsáveis pela redução da visibilidade na atmosfera.
Efeitos gerais sobre a saúde: A inalação, mesmo em concentrações muito baixas, provoca espasmos passageiros dos músculos lisos dos bronquíolos pulmonares. Em concentrações progressivamente maiores, causam o aumento da secreção mucosa nas vias respiratórias superiores, inflamações graves da mucosa e redução do movimento ciliar do trato respiratório. Pode, ainda, aumentar a incidência de rinite, faringite e bronquite.
Óxidos de Nitrogênio (NOx)
Fontes principais: São formados durante processos de combustão. Em grandes cidades, os veículos geralmente são os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. Combustões em veículos automotores, indústrias, usinas térmicas que utilizam óleo ou gás e incineradores.
Efeitos gerais sobre a saúde: O NOx é altamente tóxico ao homem, pois aumenta sua susceptibilidade aos problemas respiratórios em geral. Além disso, é irritante às mucosas e pode nos pulmões ser transformado em nitrosaminas (algumas das quais são carcinogênicas).
Efeitos gerais sobre o meio ambiente: Pode levar a formação da chuva ácida e consequentemente danos à vegetação e agricultura. Além disso, contribui para formação do ozônio na troposfera, para o aquecimento global, formação de compostos quimiotóxicos e alteração da visibilidade.
Ozônio (O3)
Características: é um poluente secundário, ou seja, não é emitido diretamente, mas formado a partir de outros poluentes atmosféricos, e altamente oxidante na troposfera (camada inferior da atmosfera).
Fontes principais: a formação do ozônio troposférico ocorre através de reações químicas complexas que acontecem entre o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de radiação solar. Estes poluentes são emitidos principalmente na queima de combustíveis fósseis, volatilização de combustíveis, criação de animais e na agricultura.
Efeitos gerais sobre a saúde: Provoca danos na estrutura pulmonar, reduzindo sua capacidade e diminuindo a resistência às infecções. Causa ainda, o agravamento de doenças respiratórias, aumentando a incidência de tosse, asma, irritações no trato respiratório superior e nos olhos.
Efeitos gerais sobre o meio ambiente: É agressivo às plantas, agindo como inibidor da fotossíntese e produzindo lesões características nas folhas.
É sempre bom ressaltar que o ozônio encontrado na faixa de ar próxima do solo, onde respiramos, chamado de “mau ozônio”, é tóxico. Entretanto, na estratosfera (cerca de 25 km de altitude) o ozônio tem a importante função de proteger a Terra, como um filtro, dos raios ultravioletas emitidos pelo sol.
Monóxido de Carbono (CO)
Características: Gás incolor, inodoro e insípido.
Fontes principais: resulta da combustão incompleta de combustíveis fósseis (veículos automotores principalmente) e outros materiais que contenham carbono na sua composição.
Efeitos gerais sobre a saúde: Combina-se rapidamente com a hemoglobina ocupando o lugar do oxigênio no sangue, podendo levar à morte por asfixia. A exposição crônica pode causar prejuízos ao sistema nervoso central, cardiovascular, pulmonar e outros.
Hidrocarbonetos (HC)
Características: Gases e vapores com odor desagradável (similar à gasolina ou diesel).
Fontes principais: provêm de uma grande variedade de processos industriais e naturais. Nos centros urbanos as principais fontes emissoras são os carros, ônibus e caminhões, nos processos de queima e evaporação de combustíveis.
Efeitos gerais sobre a saúde: Causa irritação aos olhos, nariz, pele e trato respiratório superior. Além disso, vários hidrocarbonetos são considerados carcinogênicos e mutagênicos.
Efeitos gerais sobre o meio ambiente: são precursores para a formação do ozônio troposférico e apresentam potencial causador de efeito estufa (metano).
Para maiores informações: Site do MMA