Governo do Estado do Espírito Santo
20/03/2019 15h24 - Atualizado em 21/03/2019 11h13

Praia Grande, em Fundão, recebe cercamento de áreas de restinga

Uma área de quatro hectares está em processo de cercamento para recuperação da vegetação de restinga na orla de Praia Grande, em Fundão. O trabalho foi desenvolvido pela equipe do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) em parceria com a prefeitura e o cercamento visa minimizar alguns dos impactos gerados pelo homem, contribuindo principalmente no desenvolvimento da vegetação de restinga e na fixação de sedimentos no ambiente de praia.

Coordenador de Gerenciamento Costeiro e Territorial do Iema, Pablo Merlo Prata explica a função da vegetação e a importância da preservação no local. “A praia e a duna ficam mais suscetíveis com a perda da vegetação nativa e isso causa erosão devido aos ventos e ondas. Assim, fica mais difícil a recomposição desses ambientes após a passagem de ondas com alta energia, por exemplo”, detalha.

A proposta do projeto de cercamento partiu da observação da Comissão Estadual do Projeto Orla (CTE/ES) quanto à necessidade de incentivar a implementação de algumas ações estabelecidas nos Planos de Gestão Integrada (PGI). Além disso, entendeu-se que estimula novos municípios costeiros a aderirem ao Projeto Orla ou a prosseguirem com tal intuito em seu território. 

Fundão foi o primeiro município capixaba a finalizar todas as etapas do Projeto Orla e a elaborar seu respectivo PGI, cuja ação “delimitar áreas de preservação permanente” está dentre as diretrizes desse Plano. Portanto, foi selecionado pela Coordenação Estadual como o município que poderia ser pioneiro na experiência de executar uma ação definida durante as Oficinas pelos participantes do Projeto Orla.

A recuperação ambiental faz parte dos trabalhos desenvolvidos pelo Iema. As plantas barram o sedimento que o vento sopra da praia e, conforme a vegetação nativa desenvolve suas raízes, o volume arenoso é fixado. Deste modo, a faixa de areia das praias, com plantio de vegetação nativa, é prioridade nas providências tomadas para a reabilitação do ecossistema.

Como benefícios do cercamento, o coordenador cita o impedimento de estacionamento de veículos sobre a restinga, eliminação de pontos viciados de depósitos de resíduos domésticos, além da formação de dunas e o desenvolvimento da vegetação nativa.

Danos e denúncias

O projeto de cercamento da restinga é importante para trazer benefícios para toda a praia e por isso conta-se com todos para a conservação do cercamento. Denúncias podem ser encaminhadas para a Subsecretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Fundão, pois o Iema firmou um termo de compromisso com a administração municipal para que haja a manutenção do cercamento. Contato: (27) 3267-1276 e meioambiente@fundao.es.gov.br.

Projeto Orla

Para maior conhecimento sobre o Projeto Orla, considerado o ponto de partida para o cercamento da restinga em Praia Grande, município de Fundão, seguem alguns esclarecimentos. Trata-se de ação idealizada pelo Governo Federal, que atribui responsabilidades a todos os entes da Federação, União, Estado e Município. O Projeto Orla foi proposto pelo Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (GI-GERCO), da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM). No Estado, é coordenado pelo Iema e pela Superintendência do Patrimônio da União no Espírito Santo (SPU/ES), sendo executado pelos municípios.

Suas ações estimulam a gestão integrada dos espaços litorâneos, por meio da articulação do Governo Federal e Estadual, das prefeituras e da sociedade. São tratadas questões relativas à fragilidade dos ecossistemas, ao crescimento do uso e ocupação de forma desordenada e irregular, ao aumento dos processos erosivos e de fontes poluidoras na orla.

No Espírito Santo os municípios aderidos ao Projeto Orla são: Conceição da Barra, São Mateus, Aracruz, Fundão, Anchieta, Piúma, Marataízes, Itapemirim, Presidente Kennedy e Vitória. No momento, Vitória é o município com andamento mais recente de implementação do Projeto Orla, visando a realização da 1ª oficina.

As etapas básicas do Projeto Orla consistem em 2 Oficinas, mini-oficinas e audiência pública, as quais são desenvolvidas com a participação de representantes da sociedade civil e comunidade e entes públicos. Ao final, o resultado é um documento intitulado de "Plano de Gestão Integrada" (PGI), onde constam os trabalhos realizados nas oficinas e as propostas de ações para serem implantadas na orla marítima. Além disso, também é instituído o Comitê Gestor municipal, ao qual tem como função principal acompanhar a execução das propostas elencadas no PGI.

Informações à Imprensa

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