Governo do Estado do Espírito Santo
18/11/2019 15h33 - Atualizado em 18/11/2019 15h50

Parques estaduais são referência para pesquisas que envolvem anfíbios e répteis

Foto: Iema/Divulgação

Há 10 anos os parques estaduais são destino de muitos pesquisadores engajados em estudos sobre anfíbios e répteis. Tais pesquisas contribuem para geração de conhecimento e ações destinadas à proteção desses animais.

A pós-doutora Jane de Oliveira realizou pesquisas de mestrado, doutorado e de pós-doutorado nas unidades de conservação do Espírito Santo e, em sua opinião, engajar a comunidade do entorno é de fundamental importância para o sucesso das pesquisas.

“Estudar anfíbios e répteis é antes de tudo um desafio, pois trabalhamos com animais que ninguém gosta e que são envolvidos em muitos mitos e em muitas crenças, principalmente as serpentes, que muitas vezes transmitem medo e são envolvidas até mesmo em questões de saúde pública. São animais que podem matar um ser humano, embora o índice de mortes nesse sentido seja muito baixo, mas há muitos mitos por detrás dos répteis e anfíbios e só o conhecimento pode lançar luz sobre tais questões”, avalia a pesquisadora, que se formou na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mas desenvolveu as primeiras pesquisas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Os parques estaduais de Itaúnas, Paulo Cesar Vinha, APA de Conceição da Barra e o Monumento Natural Serra das Torres foram o cenário de pesquisas em herpetologia (palavra originada do grego herpeton, que significa rastejante. É o ramo da biologia que estuda os anfíbios e répteis).

Jane de Oliveira tem três pesquisas de mestrado e trabalhou com a comunidade de anfíbios do folhiço na Serra das Torres. Durante o doutorado, trabalhou com a estrutura de comunidades de anfíbios e de répteis em restingas nas unidades de conservação do Espírito Santo.

“Durante meu projeto de pós-doutorado trabalhei novamente com répteis e anfíbios e também fiz o pós-doutorado no Parque Estadual Paulo Cesar Vinha logo após o incêndio que ocorreu em 2014, quando 70% do Parque foi destruído. Dei prosseguimento à minha pesquisa de doutorado que estava sendo feita lá e, logo depois do incêndio, continuei pesquisando os efeitos do fogo na região. São 10 anos de muitos projetos em que envolvemos também a comunidade do entorno”, relata a pesquisadora.

Convívio pacífico

Na opinião da pesquisadora, trabalhar o imaginário e o conhecimento das comunidades do entorno é importante para envolvê-las nas pesquisas acadêmicas. “Os meus projetos não envolvem apenas a produção científica. Toda pesquisa envolve a publicação de resultados, mas me preocupo em publicar tais resultados em mídias sociais, em jornais e revistas pois é uma forma de mostrar a importância desses animais e mostrar também que são animais que fazem parte da cadeia alimentar, que são animais que têm funções muito importantes na natureza, que são indicadores da qualidade do ambiente, da qualidade da água, da qualidade da temperatura. Então, manter as pessoas por perto é sempre muito importante”, avalia.

As unidades de conservação administradas pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) são capazes de preservar uma imensa biodiversidade, sobretudo os ecossistemas ameaçados, como no caso das restingas. Atualmente são 17 unidades de conservação (UC) estaduais, compostos por seis Áreas de Proteção Ambiental (APA), seis Parques Estaduais, uma Reserva Biológica, dois Monumentos Naturais (MoNa), uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) e uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS).

“Conseguir mostrar como esses animais indicam a qualidade do meio ambiente, como são parte da nossa vida, queiramos ou não, é extremamente importante para a ciência, mas também para o conhecimento popular. Estou tentando fazer esse conhecimento tornar mais suave as relações entre humanos, répteis e anfíbios. Não é fácil, pois num primeiro momento, todo mundo tem medo ou nojo de um réptil”, comenta a pesquisadora.

Algumas pesquisas realizadas nos parques:

- "Anfíbios anuros endêmicos e ameaçados nas restingas do ES: uma análise da ocorrência e distribuição com propostas de conservação" e "Anfíbios anuros e répteis das restingas do ES: uma análise da ocorrência e distribuição", Processo n° 54790751 e 62845055, unidade de conservação Parque Estadual Paulo Cesar Vinha.

- "Os efeitos do fogo sobre as comunidades de anfíbios na restinga do Parque Estadual Paulo Cesar Vinha. Como a anurofauna foi afetada?", Processo n° 66539170 e 76561453, unidade de conservação Parque Estadual Paulo Cesar Vinha.

- "A herpetofauna da Serra das Torres, sul do estado do ES: Diversidade e distribuição das especies em uma lacuna de conhecimento do ES.", Processo n° 79780407, unidade de conservação Monumento Natural Serra das Torres.

Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação do Iema / Seama

Flávia Fernandes / Paulo Sena

(27) 3636-2592 / (27) 99977-1012

meioambiente.es@gmail.com   

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard