Governo do Estado do Espírito Santo
05/06/2020 09h18 - Atualizado em 05/06/2020 18h40

Parque Estadual Paulo Cesar Vinha completa 30 anos e é referência na preservação de restinga no Espírito Santo

Foto: Leonardo Merçon/Últimos Refúgios

Considerado um laboratório vivo de biodiversidade, o Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, localizado no município de Guarapari, completa nesta sexta-feira (05), Dia Mundial do Meio Ambiente, 30 anos de defesa e conservação da biodiversidade no Estado . A unidade é um dos últimos remanescentes de restinga em bom estado de conservação do Espírito Santo.

Com área aproximada de 1,5 mil hectares, a unidade de conservação tem por finalidade resguardar os atributos excepcionais da natureza na região, além da proteção integral da flora, da fauna, do solo, das lagoas, das dunas e demais recursos naturais. A preservação do Parque Estadual Paulo Cesar Vinha tem também objetivos educacionais, sejam científicos, sejam recreativos.

Proteção

Nas décadas de 1970 e 1980, a área onde se localiza o Parque foi alvo de pressão de ocupações por meio de loteamentos, o que ocasionou na abertura de acessos, aterros e corte de vegetação em uma área de grande importância ecológica.

A região também sofria com a retirada de areia, caça e queimadas criminosas.  Em meados de 1980, no entanto, representantes da sociedade e de Organizações Não Governamentais Ambientalistas uniram esforços para a proteção da área junto ao Governo do Estado do Espírito Santo. Assim, houve a criação do Parque Estadual de Setiba, em 1990, por meio do Decreto Estadual Nº 2.993-N, de 05 de junho, sendo um importante marco do Estado do Espírito Santo, pois o dia também marca, internacionalmente, o Dia Meio Ambiente.

Em 1994, o Parque teve seu nome alterado para “Parque Estadual Paulo Cesar Vinha”, em homenagem ao biólogo que desenvolveu importantes pesquisas e lutou contra a extração de areia na região. Devido à sua luta pela preservação do meio ambiente, Paulo Cesar Vinha foi assassinado em 1993 no limite norte da unidade de conservação.

Linha do tempo

Anos 60: Nessa época, muitas pessoas foram morar na região, aproveitando grandes investimentos econômicos nos municípios de Vila Velha e Guarapari.

Anos 70: A Empresa Capixaba de Turismo incentivou a ocupação da região com o loteamento “Cidade do Sol”, que fica entre os bairros Ponta da Fruta e Setiba.

Anos 80: Para a construção dos loteamentos “Recreio de Setiba” e “Tropical Clube”, muitas árvores foram derrubadas numa área de grande importância ecológica. Além disso, a região sofreu com a retirada de areia, a caça ilegal e queimadas criminosas.

1989: Percebendo a degradação do meio ambiente na região, a ONG Avidepa trabalhou nos estudos e articulações para a proteção da natureza.

1990: Para vitória da natureza, no dia 05 de junho, quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, foi criado o Parque Estadual de Setiba.

1994: O Parque teve seu nome alterado para “Parque Estadual Paulo Cesar Vinha”, em homenagem ao biólogo Paulo Cesar Vinha.

CURIOSIDADES

Símbolo do Parque: O Parque Estadual Paulo Cesar Vinha (PEPCV) protege um dos ecossistemas mais ameaçados da Mata Atlântica: a restinga, representando um importante remanescente com aproximadamente 1.500 hectares no Estado do Espírito Santo. Nesse local, encontramos uma grande diversidade de ambientes como alagados, lagoas costeiras, dunas e formações vegetais, locais de grande riqueza biológica. A libélula (inseto da Ordem Odonata) foi a espécie escolhida para representar o Parque uma vez que é um excelente bioindicador da qualidade do meio ambiente, principalmente a qualidade da água.

Lagoa de Caraís: Um dos atrativos mais procurados pelos visitantes é a Lagoa de Caraís. Essa Lagoa, que na verdade é uma laguna pois em alguns períodos ela se rompe e adentra o mar, tem uma cor avermelhada, por isso é também chamada de “Lagoa da Coca-Cola”. Devido à decomposição da matéria orgânica, folhas e raízes de plantas que ficam ao redor da laguna, as águas ficam com coloração escura. Suas águas mornas, além de proporcionar um ambiente aprazível para os visitantes, é importante para diversas formas de vida, tanto de água doce quanto de água salgada. Vinte e uma espécies de peixes foram registradas na Lagoa.

Restinga: As restingas são ecossistemas associados ao domínio Mata Atlântica e a restinga no Parque Estadual Paulo César Vinha possui diferentes tipos de plantas, com organizações variadas, o que chamamos de diferentes fitofisionomias. Essa variação ocorre principalmente devido à inundação do solo, que distancia da linha da praia, topografia do terreno e profundidade do lençol freático. São reconhecidos 11 tipos de formações vegetais: halófila, psamófila reptante, pós-praia, Palmae, mata de Myrtaceae, mata seca, brejo herbáceo, floresta periodicamente inundada, floresta permanentemente inundada e, ainda, formação aberta de Ericaceae e formação aberta de Clusia, localizadas no segundo cordão arenoso (Colodete e Pereira 2007).

Melanophryniscus setiba (Sapinho-da-restinga): Essa espécie é endêmica do Brasil, ocorre no litoral do Estado do Espírito Santo, no município de Guarapari, no Parque Estadual Paulo Cesar Vinha. Esse sapinho foi descoberto no Parque pelos pesquisadores Peloso, Faivovich, Grant, Gasparini & Haddad, em 2012. Os adultos dessa espécie medem cerca de 15 milímetros de comprimento, por isso, são chamados de mini sapo. A coloração amarronzada dificulta sua observação no ambiente natural, pois vivem no chão da floresta entre as folhas caídas (serapilheira) e se camuflam entre as folhas. O Parque Estadual Paulo Cesar Vinha (PEPCV) abriga uma dessas espécies: o Melanophryniscus setiba (sapinho-da-restinga). Esse anfíbio de pequeno porte foi descrito em 2012 e é considerado hoje pelo Ministério do Meio Ambiente como “criticamente em ameaça”, uma categoria que representa espécies com elevado risco de extinção.

Informação à Imprensa:
Assessoria de Comunicação Seama/Iema
Flávia Fernandes / Paulo Sena
(27) 3636-2592 - 99977-1012 / (27) 99956-0609
meioambiente.es@gmail.com

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard