O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) publicou o e-book “Mapeamento e análise espaço-temporal dos manguezais do Espírito Santo”. O estudo é o resultado de um trabalho científico de mapeamento que utilizou recursos da cartografia geográfica e sensoriamento remoto, com dados de campo e documentos cartográficos para levantar informações territoriais sobre a distribuição espaço-temporal dos manguezais na costa capixaba.
O Espírito Santo tem 17 ecossistemas de manguezal, localizados em 13 municípios do litoral do Estado e que, atualmente, cobrem uma área de 114 quilômetros quadrados. Os objetivos do estudo foram realizar levantamento das condições ambientais dos manguezais; identificar os impactos socioambientais que esses ecossistemas estão submetidos; analisar as mudanças temporais ocorridas ao longo dos anos; gerar banco de dados e informações georreferenciadas para auxiliar políticas públicas, visando a melhoria da gestão ambiental no uso sustentável e na preservação desses ambientes.
Entre os resultados observados foi possível identificar que os manguezais do Estado vêm apresentando processo contínuo de perda territorial. Desde a década de 1970, a perda total de manguezal, no intervalo 1970-2015, foi de 22 quilômetros quadrados. Em 1970, o Espírito Santo tinha 136 quilômetros quadrados de manguezal. Em 2015, essa área caiu para 114 quilômetros quadrados. Em termos nacionais, em 1970, cerca de 0,98% do total de manguezais do Brasil estavam em território capixaba. Em 2015, essa quantidade passou para 0,82%.
Para a elaboração do estudo, foram realizados trabalhos de campo em todos os ecossistemas de manguezais do Estado, buscando identificar as feições de mangues predominantes em cada um deles. Além disso, foram georreferenciadas imagens de fotografias aéreas dos anos 1969-1970 para realizar a comparação temporal com imagens de 2007, 2015 e 2022. Todos esses dados foram analisados por meio de fotointerpretação usando Sistema de Informação Geográfica (SIG).
A análise espaço-temporal dos manguezais do Espírito Santo é um trabalho inédito no País e foi desenvolvida pelo servidor do Iema Roberto José Hezer Moreira Vervloet, geógrafo formado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), doutor em Geografia Física pela Universidade de São Paulo (USP), e que, atualmente, compõe a equipe da Coordenação de Geomática, Informações Ambientais e Inovação Tecnológica (CGEO) do Instituto.
“A proposta de mapeamento e análise espaço-temporal dos manguezais do Espírito Santo surgiu da necessidade de aumentar o conhecimento desses ecossistemas dentro do território estadual, auxiliando o cumprimento dos termos da Lei Federal 12.651, de 2012, que dispõe sobre a proteção de vegetação nativa em todo o território nacional”, ressaltou Vervloet.
O livro está disponível para download clicando em: Mapeamento e Análise Espaço-Temporal dos Manguezais do Espírito Santo.
Os dados georreferenciados produzidos no estudo poderão ser acessados na plataforma GEOIEMA.
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