O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) marcou presença e representou o Espírito Santo no XV Encontro Nacional de Gerenciamento Costeiro (Encogerco), realizado em Fortaleza, na última semana. O evento, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, reuniu cerca de 800 participantes, entre autoridades, pesquisadores, gestores públicos, setor privado, ambientalistas e comunidades tradicionais, para debater os rumos da gestão costeira no Brasil.

O servidor do Iema, Felipe Bastos, representou o Espírito Santo e os 16 Estados Costeiros, já que atua como coordenador da Câmara Técnica de Gerenciamento Costeiro da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema).

“O XV Encogerco simbolizou não apenas um avanço técnico, mas um compromisso político com uma gestão costeira que reconheça e valorize os saberes ancestrais, a diversidade cultural e o direito à permanência nos territórios. Participar deste momento, ao lado do Ministério Público Federal, Ministério do Meio Ambiente, Marinha do Brasil e demais estados, foi uma oportunidade de reafirmar o compromisso com uma governança costeira mais justa, inclusiva e resiliente para o Brasil”, destacou Felipe Bastos.

O Encogerco foi estruturado em quatro eixos: vulnerabilidade e mudanças climáticas, ordenamento territorial integrado, conservação de ecossistemas e participação social. O evento marcou ainda um momento histórico para a política costeira brasileira ao promover a participação efetiva dos povos e comunidades tradicionais na construção do novo Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro.

As discussões ao longo dos três dias do evento também destacaram a relevância das soluções baseadas na natureza, como a restauração de ecossistemas e a ampliação das Áreas Marinhas Protegidas. A substituição de obras de infraestrutura rígida por alternativas ecológicas e sustentáveis também foi uma estratégia central. Além disso, a transversalidade das políticas públicas, que envolvem meio ambiente, saúde, educação e soberania alimentar, foi amplamente defendida como essencial para fortalecer as comunidades tradicionais e garantir a resiliência costeira.

Ao final do encontro, foram consolidadas propostas que serão encaminhadas ao Gi-Gerco, instância responsável pela articulação do novo Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC III), cuja versão final está prevista para 2026.

Texto: Maju Carvalho

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