O Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) está realizando um estudo de acompanhamento das florestas de mangue no Espírito Santo e constatou um aumento de 10% na área desses ecossistemas. O trabalho consistiu em comparar imagens aéreas entre 2007 e 2015 em 20 bacias hidrográficas visando buscar correlação da variação da área de manguezal com o regime hidrológico.
Foi possível constatar que no período estudado houve uma grande estiagem no Estado. “Quando a influência dos rios nos estuários diminui, os manguezais se expandem para a montante, por conta da maior influência das águas marinhas. Se temos baixas vazões dos rios, todos os propágulos, que são as sementes do manguezal, possuem maior possibilidade de ficarem dentro do estuário, colonizando as margens no seu interior e assim expandindo a área de manguezal”, explica o coordenador do Cogest-Iema.
Prata informou ainda que o rio Mariricu, em São Mateus, por conta de uma ampla rede de drenagem construída artificialmente nas décadas de 1960 e 1970, o manguezal daquela região quase dobrou de tamanho, uma vez que os impactos da estiagem foram maiores nas bacias hidrográficas do norte do ES.
Expansão
“No período da seca, o mar entrou nessa região e o manguezal expandiu com força. Houve maior expansão na região norte capixaba, mas em alguns lugares foi registrada a perda, como no caso do Rio Itabapoana, no extremo sul do Estado, que perdeu 40% por causas que ainda desconhecemos. Mas, nesse caso, estamos fazendo uma conferência em campo”, acrescentou Prata.
Aterro, ocupação desordenada e poluição são algumas das causas que contribuíram para a redução do ecossistema. Já no caso dos manguezais que tiveram um crescimento significativo, acima de 1%, a maioria está dentro de Unidades de Conservação e isso mostra a importância dessas áreas no contexto da preservação.
“O Parque Estadual de Itaúnas, por exemplo, não é todo constituído por manguezal, mas a parte que existe o sistema houve incremento. Isso é verificado em 80% dos casos onde existe proteção integral. Nas áreas com uso sustentável, como no caso das Áreas de Proteção Ambiental (APA), a gente verificou que houve problemas devido à ocupação irregular”, identificou o responsável pela Coordenação de Gerenciamento Costeiro e Territorial do Iema.
Manguezais estáveis
As áreas que ficaram estáveis com relação ao tamanho do manguezal são áreas em que o ecossistema, geologicamente, é antigo e contou com alterações humanas. É o caso do Piraquê-Açu, em Aracruz, do Rio São Mateus e do Rio Itapemirim, que não tiveram alterações significativas, pois estão bem estabilizados.
“O manguezal de Barra Nova, que faz parte do Rio Mariricu, em São Mateus, apresentou quase o dobro da quantidade, muito em virtude de ser um local que tem muita drenagem e pouca vazão. Dessa forma, o mar entrou nos canais de drenagem onde havia muita superfície para colonizar. Assim, muitas plântulas começaram a ocupar as margens desses canais”, complementou o coordenador.
Outras questões relacionadas aos manguezais, como poluição hídrica, aterros, lixo, resíduos sólidos e assuntos sobre degradação do meio ambiente, estão sendo avaliadas no trabalho desenvolvido pelo Iema.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação do Iema
Flávia Fernandes / Paulo Sena
(27) 3636-2592 / (27) 99977-1012
meioambiente.es@gmail.com