A partir do monitoramento contínuo da qualidade do ar, os órgãos ambientais calculam e divulgam os Índices de Qualidade do Ar (IQAr), que têm como objetivo informar, de maneira clara à população, sobre os níveis diários de poluição, bem como os potenciais efeitos na saúde. Em uma série especial, o Governo do Estado do Espírito Santo, por meio do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), debate a qualidade do ar com os demais estados da região sudeste, uma forma de estimular avanços e novas experiências.
Para que a população seja envolvida nas ações que possam apresentar impacto na qualidade do ar, a série especial sobre o tema conversa nesta matéria com a gerente de monitoramento da qualidade do ar e emissões da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) do Governo de Minas Gerais, Amanda Noronha Moreira de Carvalho.
Em ações recentes, o Governo do Estado do Espírito Santo, por meio do Iema, lançou um aplicativo sobre a qualidade do ar da Grande Vitória, disponível gratuitamente para Android e iOS, hospedado na plataforma “ES na Palma da Mão”, programa do Governo do Estado do Espírito Santo que reúne iniciativas e serviços.
Foi lançado também, em meados de junho, o relatório “Avaliação dos Efeitos das Medidas de Afastamento Social sobre a Qualidade do Ar na Região Grande Vitória”, cujo objetivo foi constatar se as medidas de isolamento social, necessárias para conter a disseminação do novo Coronavírus (Covid-19), afetaram positivamente a qualidade do ar da Grande Vitória.
Saúde e bem-estar
“Tendo em vista que a poluição do ar afeta intimamente a saúde e o bem-estar da população, é essencial a viabilização do acesso aos dados da qualidade do ar para conhecimento e acompanhamento. Desta forma, parabenizamos a iniciativa do Governo do Estado do Espírito Santo, por meio do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), pelo aplicativo desenvolvido”, registra a gerente de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emissões da Feam, do Governo de Minas Gerais, Amanda Noronha Moreira de Carvalho.
Para ela, em pouco tempo, tal modalidade de divulgação de dados da qualidade do ar será reproduzida em outras regiões metropolitanas do país, por um conjunto de fatores relacionados à popularização e à facilidade do uso de aplicativos móveis. “O aumento da conscientização da população acerca da poluição do ar, o desejo de se conhecer a qualidade do ar respirado, principalmente pelo efeito direto à saúde, e o compromisso dos órgãos públicos com a transparência, articulada, cada vez mais, pela sociedade civil, impulsionam a criação dessa modalidade de divulgação de dados da qualidade do ar”, considera a gerente.
O Estado de Minas Gerais ainda não conta com aplicativo de celular para a divulgação dos dados de qualidade do ar. Atualmente, esses dados podem ser acessados por meio da página institucional da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) no link http://www.feam.br/noticias/1/1327-boletim-qualidade-do-ar
O modelo de gestão aplicado no Estado de Minas Gerais é aquele em que a operação da rede de monitoramento da qualidade do ar é realizada por empresas que exercem atividades potencialmente poluidoras, licenciadas pelo órgão ambiental, por meio de condicionantes das licenças ambientais. “Os dados das medições são transmitidos, em tempo real, ao Centro Supervisório da Feam, que realiza o gerenciamento das informações. A partir desses dados são gerados os Boletins da Qualidade do Ar, publicados diariamente, para grande parte das estações, além da produção de análises e estudos”, informa a gerente. Atualmente, são mais de 60 estações de qualidade do ar e meteorológicas distribuídas por Minas Gerais, contemplando 20 municípios.
Aplicativo
Sobre o aplicativo criado pelo Iema, em parceria com o Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Espírito Santo (Prodest), a gerente de monitoramento da qualidade do ar e emissões do Governo de Minas Gerais, aponta que, a partir dessa iniciativa, é possível verificar, de forma fácil, a todo instante e de qualquer lugar em que exista conexão com a Internet, as classes em que estão situados os índices de horários para todos os poluentes monitorados na região. “Assim, é possível que a população verifique, quando houver algum comprometimento, podendo participar e auxiliar no acompanhamento da qualidade do local”, indica a gerente da Feam (MG).
Em sua opinião, uma outra forma de se conquistar o envolvimento da população no assunto seria a administração pública focar na participação colaborativa como premissa, permitindo que a contribuição em temas relevantes seja coletada a partir de pesquisas, reuniões e consultas públicas, além das redes sociais e canais de comunicação.
Ainda na tecnologia dos dispositivos móveis, a gerente indica que é possível a comunicação por meio de aplicativos não dedicados, como as redes sociais do órgão ambiental.
“Como opções alternativas, a informação pode ser repassada às instituições ligadas à indústria, como as federações, associações e sindicatos, para compartilhamento, apresentação em eventos científicos, como feiras, congressos e conferências, pautadas nos meios de comunicação para amplo alcance. Os eventos temáticos organizados pelo próprio órgão público também são uma forma de divulgação e envolvimento da população”, salienta.
Relatório
Sobre o relatório “Avaliação dos Efeitos das Medidas de Afastamento Social sobre a Qualidade do Ar na Região Grande Vitória”, criado pelo Iema para detectar se o isolamento social provocado pelas medidas de prevenção quanto ao Covid-19 impactam nos índices de poluição, a gerente Amanda de Carvalho destaca que todas as análises produzidas pelo órgão ambiental devem ter ampla divulgação, uma vez que são de interesse da população e podem impactar diretamente em suas respectivas vidas.
“O impacto da situação de isolamento social na qualidade do ar tem estreita relação com a saúde da população. Assim, é importante dar ciência do quadro atual, elucidando os fatores que levaram à redução da poluição e indicando, inclusive, como as atividades cotidianas desempenhadas por cada um contribuem para o problema e como uma mudança de hábitos poderia auxiliar na manutenção das melhorias constatadas”, ressalta Amanda Noronha Moreira de Carvalho.
Em maio deste ano, foi divulgada na página da Feam (MG) uma avaliação dos “Impactos sobre a qualidade do ar após paralisação de atividades em função da pandemia do Covid-19”. Foram avaliados os dados de monitoramento de período entre 20 de março até 20 de abril, dos anos de 2019 e 2020, de algumas estações da Região Metropolitana de Belo Horizonte. “A partir da análise foi possível observar um impacto positivo na qualidade do ar, comparativamente ao ano anterior, com diminuição da concentração média dos poluentes após a paralisação, suspensão e redução de algumas atividades, em virtude da pandemia do novo Coronavírus. Em Belo Horizonte, na estação PUC São Gabriel, foi verificada uma redução de até 45% na concentração média mensal de material particulado respirável (MP2,5), de grande relevância para a saúde”, informa a gerente de qualidade do ar do Governo de Minas Gerais.
Ela ressalta que, com a restrição na circulação de pessoas, reduziram-se as emissões provenientes do tráfego de veículos, um dos maiores contribuintes para a poluição do ar nas grandes cidades, o que culminou, por sua vez, na diminuição da concentração de compostos associados a esse determinado tipo de fonte, como constatado nas análises realizadas pelos órgãos ambientais. Os poluentes atmosféricos mais comuns nas Regiões Metropolitanas são aqueles associados ao tráfego veicular, como o monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (MP). Porém, dependendo das atividades econômicas desenvolvidas nas cidades, as contribuições de outras fontes e de outros poluentes também podem ser relevantes.
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