Uma tartaruga-cabeçuda (nome científico: Caretta caretta) de 94 quilos, foi resgatada em Regência, Linhares, no último domingo (26), apática e com sinais de interação com pesca. Após exames, foi constatado que o animal tinha um anzol alojado no esôfago. Mas, a história dessa vez não teve um final feliz e ilustra o dia 1º de dezembro, dia mundial de conscientização sobre a captura acidental de animais marinhos.
A tartaruga, uma fêmea, foi resgatada pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Petrobras e enviada para os cuidados dos profissionais do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), instituição que operacionaliza o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), por meio de um acordo de cooperação.
Durante a semana, foram realizados exames de radiografia e ultrassom no próprio Centro de Reabilitação, por profissionais volantes do Centro Veterinário de Medicina Diagnóstica e Especialidades (Corus), já que o peso da tartarura impõe muitas dificuldades logísticas para ser transportado até o local. Esses exames detectaram a presença de um anzol alojado no esôfago, com um nylon que se prolongava para o restante do trato gastrintestinal.
“O animal foi anestesiado para a remoção dos artefatos. Inicialmente procurou-se remover o anzol pelo próprio esôfago, mas não foi possível. A segunda tentativa envolveu uma esofagostomia, que consiste em cortar a pele e acessar o esôfago por fora, exatamente no local onde o anzol se encontrava”, explica o diretor-presidente do Ipram, Luis Felipe Mayorga.
Infelizmente, a tartaruga não resistiu e foi constatado o óbito nessa quarta-feira (29). “Foi realizada uma necropsia para se compreender a causa da morte, sendo encontrada pneumonia grave e congestão em fígado e encéfalo, além de severa infecção intestinal causada pelo nylon e também por parasitas. Havia, ainda, um foco de infecção no coração. Pelo exame das gônadas e ausência de ovos, constatou-se que animal não estava em atividade reprodutiva”, conta Luis Felipe. “O conforto que resta é que o animal recebeu atendimento especializado e medicações para dor em seus últimos dias”, ressalta o diretor do Ipram.
Caso o cidadão encontre um animal marinho encalhado vivo ou morto no Espírito Santo, deve acionar o resgate no número 0800 039 5005. Ele será recolhido pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobras, que é resultado de uma condicionante de licenciamento ambiental exigida pelo Ibama.
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