Para proporcionar a troca de experiências entre pesquisadores e os gestores das Unidades de Conservação (UC) do Estado, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) convida, periodicamente pesquisadores acadêmicos para apresentações das pesquisas realizadas nesses locais. Os encontros ampliam o conhecimento sobre as descobertas do meio acadêmico e permitem a elaboração novas práticas no meio ambiente estadual.
“A gente convida os pesquisadores acadêmicos com o objetivo de mostrar as pesquisas realizadas aos funcionários das UC, principalmente aos gestores. Esses produtos podem ser utilizados na própria gestão das unidades e é um conhecimento que tem grande valor para o meio acadêmico, mas é também uma forma de utilizar tal conhecimento nos expedientes de gestão das áreas protegidas”, observa o Coordenador de Gestão de Unidades de Conservação Walter Bruno Schuhmacher Dietrich.
Com a pesquisa “Angiospermas nas Florestas Estacionais da Apa Pedra do Elefante, Espírito Santo-Brasil”, o mestrando Jackson Gurtler, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), realizou o levantamento florístico da Apa Pedra do Elefante, no município de Nova Venécia. Ele verificou quais espécies ocorrem ali e tornou possível uma listagem de espécies que ocorrem somente na área de proteção ambiental da Pedra do Elefante.
“Foi possível perceber que a ‘floresta estacional semidecidual’ é muito importante e detém uma riqueza que até então era negligenciada pela maioria dos pesquisadores por acreditarem que ela não era tão rica quanto uma ‘Floresta ombrófila densa’. Realmente ela não é tão rica em espécies arbóreas, mas devido às suas características, tem uma riqueza ímpar e basicamente não se tem conhecimento disso”, explicou Jackson Gurtler.
Com orientação do Prof. Dr. Anderson Alves Araújo (Ufes/SGV) e coorientação do Prof. Dr. André Marcio Araújo Amorim (Uesc/Cepec), a pesquisa foi realizada em dois anos. “É importante essa ação do Iema, pois dessa forma, será possível incorporar o conhecimento na equipe de gestão das UC e também nos documentos de gestão, como zoneamentos e listas de espécies das Unidades de Conservação. Estamos fazendo isso mensalmente”, frisa Walter Dietrich.
“A apresentação da pesquisa no Iema é muito interessante, tanto para dar um retorno à comunidade, quanto para o órgão gestor, uma vez que o trabalho foi realizado dentro de uma área de proteção ambiental e com recursos públicos. Acredito ser um momento de crescimento tanto para o Iema quanto para o pesquisador”, salientou o mestrando.
Saiba mais:
Floresta estacional semidecidual: A floresta estacional semidecidual constitui uma vegetação pertencente ao bioma da Mata Atlântica, ocasionalmente também no Cerrado, sendo típica do Brasil Central e condicionada a dupla estacionalidade climática: uma estação com chuvas intensas de verão, seguidas por um período de estiagem.
Floresta ombrófila densa: Floresta ombrófila densa é um tipo de vegetação caracterizado como mata perenifólia cujo dossel é de até 50 m, com árvores emergentes de até 40 m de altura. Possui densa vegetação arbustiva, composta por samambaias, arborescentes, bromélias e palmeiras.
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