O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), no âmbito do programa Estadual “Qualivida”, voltado para a promoção do bem-estar dos servidores públicos estaduais, promoveu uma palestra sobre Inclusão Racial e ESG Público (Environmental, Social and Governance), conduzida por Priscila Gama. A palestra reuniu servidores do órgão, nessa segunda-feira (25), para discussões sobre sustentabilidade, inclusão social e práticas de governança responsável, com foco na construção de um ambiente de trabalho saudável e inclusivo.
O programa Qualivida, desenvolvido pela Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger), tem como objetivo promover a saúde e a valorização dos servidores do Governo do Estado, com ações que abrangem as dimensões biológica, psicológica, social e organizacional. Considerada uma das lideranças femininas negras e periféricas mais influentes do impacto e da inovabilidade do Brasil, Priscila Gama, fundadora do DAS PRETAS, é também Tedx Speaker, jurista especialista em Direito Público e mestre em Sociologia Política.
A coordenadora de Gestão, Inovação, Projetos Especiais e Melhorias de Processos do Iema, Maria Aparecida Sodré Dias, ressaltou a importância de espaços como esses para promover a troca de ideias e o aprendizado mútuo. “Precisamos estar nesses ambientes, pois é apenas por meio da conversa que nos informamos”, afirmou. Ela destacou ainda o caráter interativo e colaborativo das atividades do Qualivida.
A palestra conduzida por Priscila Gama abordou a intersecção entre questões raciais e ambientais, com ênfase na importância de tratar a sustentabilidade de uma forma ampla, que inclua tanto o meio ambiente quanto as pessoas. "Falamos de um futuro sustentável, que passa pelas pessoas e pela questão racial. Ignorar a questão racial no Brasil é ignorar a sustentabilidade socioambiental. Assim, não haverá meio ambiente e tampouco gestão de pessoas de forma geral”, disse Priscila Gama, afirmando que não há futuro sustentável sem um olhar atento às desigualdades.
O conceito de ESG foi apresentado como um conjunto de boas práticas e padrões que avaliam se uma organização é socialmente responsável e bem gerida. Para Priscila Gama, esse conceito vai além das ações corporativas e deve ser integrado às práticas de serviço, especialmente no contexto brasileiro, onde o racismo estrutural é um desafio a ser enfrentado.
Propriamente sobre racismo, a facilitadora abordou o letramento racial, explicando a importância de reconhecer e compreender as manifestações do racismo na sociedade. “O letramento racial é o processo de aprender sobre o racismo, suas consequências e como ele afeta as relações sociais. Precisamos aceitar que o Brasil é um país racista para então buscar formas de combater essa realidade”, salientou. Ela também ressaltou a necessidade de desconstruir estereótipos e entender a história do País para promover uma sociedade mais justa e igualitária.
A palestra tocou ainda em temas como os estereótipos raciais, a violência verbal e física contra pessoas negras e a desigualdade no tratamento por parte das instituições públicas. Priscila Gama destacou que a negação do racismo só dificulta a solução do problema e que a responsabilidade de todos é fundamental para a construção de um mundo mais inclusivo.
Por fim, Priscila Gama mencionou a importância de dar às pessoas o que elas realmente precisam, para que não precisem mais de assistencialismo, e enfatizou que o racismo é um problema coletivo, que deve ser combatido por todos. A palestra também contou com a divulgação do programa “Escola de Elisas”, uma iniciativa de letramento racial e futuros para meninas negras.
Texto por: Ana Clara Gonçalves
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