Os muriquis são considerados os maiores macacos americanos. São primatas do gênero Brachyteles, pertencentes à família Atelidae, que só ocorrem na Mata Atlântica brasileira. Também conhecidos como monos-carvoeiros ou monos, já foram chamados de “kupó” pelos índios botocudos, segundo o príncipe Maximiliano de Wied Neuwied, que viajou pelo Brasil de 1815 a 1817. De acordo com Augusto Ruschi, a espécie era chamada de “koupo” pelos botocudos do Espírito Santo. Em Santa Maria de Jetibá (ES), os descendentes de pomeranos chamam os muriquis de “mona-branca” ou “wita oop”, que significa macaco branco (Mendes et al., 2010).
Atualmente são reconhecidas duas espécies no gênero Brachyteles, B. arachnoides (muriqui-do-sul) e B. hypoxanthus (muriqui-do-norte). As populações do norte, B. hypoxanthus, possuem faces e genitália manchadas de rosa e branco e polegar vestigial, enquanto que nas populações do sul, B. arachnoides, a coloração facial e genital são inteiramente preta e não há vestígio do polegar (Lemos de Sá & Glander, 1993).
O muriqui-do-norte encontra-se na categoria “Criticamente em Perigo” de acordo com as listas de espécies da fauna ameaçadas de extinção, internacional (IUCN, 2011), nacional (Brasil, 2014) e do Espírito Santo (Espírito Santo, 2005). Somam no máximo 1.000 indivíduos e suas principais ameaças são decorrentes do desmatamento e fragmentação florestal da Mata Atlântica (Mittermeier et al., 2006). Atualmente, a maior parte de suas populações sobrevive em alguns fragmentos florestais de Minas Gerais e Espírito Santo, estando virtualmente extinta na Bahia (Oliver & Santos, 1991; Rylands et al., 1995, 2000; Mendes et al. 2005a).
No estado do Espírito Santo, as populações hoje estão restritas ao Parque Nacional do Caparaó e a algumas localidades nos municípios de Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, Santa Leopoldina e, possivelmente, Afonso Claudio e Domingos Martins.
Atualizado em 05/12/2018